Contribuições científicas evidenciam o protagonismo brasileiro em qualidade laboratorial.
A participação brasileira no 57º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC/ML), no 26th IFCC-EFLM EuroMedLab Congress of Clinical Chemistry and Laboratory Medicine e, mais recentemente, na ISQua’s 41st International Conference, realizados este ano, destacou-se pela forte presença da Controllab, que apresentou estudos científicos com dados relevantes para a melhoria contínua dos serviços laboratoriais.
Os estudos abordaram temas diversos, desde o diagnóstico molecular ao monitoramento de cultura de segurança do paciente, ressaltando o papel dos programas de ensaio de proficiência, de indicadores laboratoriais e padronização de práticas na busca pela excelência e segurança nos resultados. São eles:
1. Acurácia na leitura de padrões ANA por imunofluorescência HEp-2
O estudo avaliou a capacidade dos laboratórios em identificar padrões de autoanticorpos nos testes ANA (Antinuclear Antibody), com base nos consensos nacionais (BCA) e internacional (ICAP). Embora os padrões básicos tenham sido bem reconhecidos (ex.: AC-0 com 95,2% de acerto), houve dificuldades com padrões nucleares complexos (ex.: AC-1, AC-2 e AC-29).
O estudo reforça a importância de educação continuada para padronização de práticas laboratoriais, essenciais para harmonização diagnóstica em doenças autoimunes.
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2. Anti-HIV e Anti-HCV por POCT: 14 anos de monitoramento de desempenho
Dois estudos apresentaram um panorama de 14 anos de desempenho dos testes rápidos para detecção dos vírus da imunodeficiência humana (HIV) e vírus da Hepatite C (HCV) no Brasil. Ambos os programas evidenciaram alta acurácia dos kits disponíveis no mercado – com percentual de acerto superior a 98% na maioria dos casos – e crescimento expressivo na adesão de estabelecimentos de saúde.
Os resultados refletem a contribuição das ações de avaliação pré-mercado e de monitoramento pós-mercado de testes rápidos desses ensaios, que asseguram a manutenção da qualidade e da confiabilidade dos testes ao longo do tempo.
🔗 Leia o resumo do estudo sobre HIV
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3. Sífilis: qualidade crescente no uso de testes rápidos
Outro destaque entre os testes rápidos foi o estudo do programa para sífilis, que evidenciou uma evolução significativa na participação dos estabelecimentos – de 9 em 2010 para 113 em 2024 – e um desempenho robusto dos kits avaliados, com sensibilidade e especificidade acima de 98%.
Os dados confirmam a confiabilidade dos testes rápidos e destacam como a participação no programa de Ensaio de Proficiência garante segurança na liberação dos resultados.
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4. HPV: kits comerciais superam os desenvolvidos internamente
Dois estudos sobre HPV (Papilomavírus Humano) compararam o desempenho de testes moleculares voltados à detecção de HPVs de alto e baixo risco oncogênico. Um dos estudos demonstrou que os kits comerciais (IVD) apresentaram desempenho superior aos testes desenvolvidos internamente pelos laboratórios (LDTs), sobretudo na detecção de HPV de alto risco. No outro estudo, embora ambos os testes (alto e baixo risco) tenham apresentado bons resultados, observou-se espaço para melhorias na acurácia dos testes para HPV de baixo risco.
Esses achados contribuem para decisões mais assertivas na escolha do teste para rastreamento do câncer cervical.
🔗 Leia o resumo do estudo sobre HPV de alto risco
🔗 Leia o resumo do estudo sobre HPV de alto e baixo risco
5. Indicadores laboratoriais: estabilidade e desafios nos processos pré-analíticos
A análise de sete indicadores harmonizados pela IFCC demonstrou estabilidade nas métricas sigma entre 2018 e 2023, com destaque para a manutenção de alto desempenho em indicadores como amostra não recebida por erro de transporte (>7,0σ). Contudo, indicadores como “recoleta de amostras” e “identificação incorreta de pacientes” apresentaram piora estatisticamente significativa, evidenciando áreas críticas para ações de melhoria contínua.
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6. Segurança do paciente: percepção ainda desigual entre as categorias profissionais
Uma pesquisa com mais de 1.400 profissionais de laboratórios clínicos brasileiros revelou que gestores percebem a cultura de segurança do paciente de forma mais positiva do que técnicos, analistas e profissionais administrativos. Essa diferença de percepção – principalmente em aspectos como comunicação aberta, resposta não punitiva ao erro e apoio da liderança – reforça a necessidade de engajar todas as categorias, garantindo que a cultura de segurança seja consolidada nas instituições.
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Protagonismo técnico e compromisso com a qualidade
A presença da Controllab, com apresentações de estudos científicos nestes eventos, demonstra o papel dos programas de Ensaio de Proficiência e de Metricare (Indicadores Laboratoriais) na geração de dados que orientam o aprimoramento da qualidade laboratorial no Brasil e na América Latina.
Com programas acreditados pela ABNT NBR ISO/IEC 17043 e fundamentados em evidências robustas, os estudos apresentados fortalecem a importância da avaliação contínua de desempenho, da harmonização de práticas e da qualificação técnica das equipes. Essas contribuições convidam estabelecimentos de saúde de todos os portes a promover a excelência analítica e a segurança do paciente.
